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Por que Bauru é um laboratório perfeito  para entender e propor soluções de segurança hídrica?

A área de estudo

Localizada nas porções altas das bacias dos rios Batalha e Bauru, compreende parte dos municípios de Bauru, Piratininga e Agudos. Esta região está localizada no centro do Estado de São Paulo, nas unidades de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Tietê-Batalha e Tietê-Jacaré. O principal núcleo urbano e alvo da pesquisa é Bauru, um destacado polo econômico regional, com uma população de 380 mil habitantes, e um PIB de R$ 15 bilhões. Outro centro é Piratininga, com uma população de 12 mil habitantes e um PIB de R$ 260 milhões.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


O problema hídrico da região

Embora o abastecimento público de Bauru venha de uma captação no rio
Batalha (13,2 Mm³/ano) e de
39 poços tubulares profundos no Sistema Aquífero
Guarani (34,6 Mm³/ano) (dados de 2021), a cidade é uma das mais vulneráveis às estiagens do Estado de São Paulo, com um histórico de seguidas crises hídricas. Tal problema provocou a perfuração de mais de 400 poços tubulares privados no Sistema Aquífero Bauru, que extraem 2,34 Mm³/ano, totalizando uma produção de água de 50,14 Mm³/ano para essa cidade. Essa vazão, ainda que fosse suficiente para o atendimento de toda a sua demanda, não o é devido a alguns fatores: 50% da água distribuída é perdida por fugas da rede e na própria estação de tratamento de água; há limitações na operação da rede que não é interligada; a captação do Batalha se faz em uma bacia pequena, com alta competição pela água (uso rural) e com sérios problemas no seu reservatório; e há regiões onde o Sistema Aquífero Guarani apresenta baixa produção. Assim, as razões que explicam as crises hídricas vão além da simples falha no suprimento das fontes de água.

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Problemas na sustentabilidade do abastecimento

No Sistema Aquífero Guarani: águas subterrâneas de reposição muito lenta (mais de 100 mil anos), o que as classificam como fósseis, ou seja, a extração continuada e sem planejamento dessas águas poderá levar à exaustão do aquífero, com constante aumento dos custos para sua captação.


No Sistema Aquífero Bauru, que ocorre sob a cidade e apresenta uma extensa pluma contaminante constituída por nitrato e outros compostos até 60 m de profundidade, gerada pela fuga da rede de esgoto, o que restringe o uso das águas subterrâneas e coloca em risco o usuário privado.

Questões relevantes identificadas na região

Quantidade de água

•Redução de vazões na captação no Rio Batalha em estiagens;

•Alto nível de perdas de água no abastecimento de Bauru;

•Regiões em Bauru afetadas por falhas de abastecimento (rodízio e solicitações de caminhão-pipa);

•Aumento das retiradas no Sistema Aquífero Guarani (águas não-renováveis, recarga leva mais de 30 mil anos)

Qualidade de água

•Contaminação do Sistema Aquífero Bauru por nitrato, metais pesados, hidrocarbonetos e solventes clorados, devido a vazamentos na rede de esgoto e outras fontes poluidoras;

•Lançamento de esgotos domésticos in natura em rios na área urbana de Bauru;

•Assoreamento e eutrofização na parte alta do Rio Batalha

Gerenciamento e demais questões

•Irregularidade na perfuração de poços particulares: boa parte sem outorga, embora haja cadastro do DAE;

•Construção de condomínios em loteamentos na região da APA do Rio Batalha.

As soluções do SACRE

O município de Bauru oferece “outras águas” ainda pouco exploradas para o abastecimento público e privado, que são aquelas que o SACRE está estudando para serem incorporadas ao sistema público e privado. No leque de alternativas estão:

 Sistemas de uso do binômio rio-aquífero;

Recarga gerenciada de aquíferos;

 Tratamento de águas subterrâneas poluídas com soluções baseadas na natureza e de engenharia; e

 Instrumentos de melhora da gestão e governança do recurso hídrico, com processos de alocação dos recursos hídricos.

 

Soluções não apenas para Bauru
Muitos dos problemas de Bauru são também encontrados em outras cidades
brasileiras, permitindo que as soluções desenvolvidas pelo projeto possam ser
transferidas e adaptadas a essas localidades. Soluções novas em ciência estão sendo pensadas como políticas públicas, aproximando tecnologias à sociedade de forma bastante orgânica. O SACRE também avalia os trade-offs, a partir de um profundo entendimento dos vários ecossistemas e interesses sociais e econômicos, que mais tragam benefícios ao meio ambiente e à sociedade, sobretudo em cenários de limitação dos recursos hídricos e pressionados pelas mudanças climáticas globais.

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