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Metano em aquíferos brasileiros

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    SACRE
  • há 3 dias
  • 2 min de leitura

Pesquisador do SACRE apresenta descoberta em um dos principais eventos científicos mundiais


Isabela Batistella


Poço de monitoramento do SACRE no Horto Florestal (Fonte: Isabela Batistella)
Poço de monitoramento do SACRE no Horto Florestal (Fonte: Isabela Batistella)

Pesquisadores do SACRE (Soluções Integradas de Água para Cidades Resilientes) identificaram concentrações elevadas de metano em águas subterrâneas no Horto Florestal, área preservada no município de Bauru, em São Paulo. A descoberta, apresentada em um dos principais encontros científicos do mundo, o Japan Geoscience Union Meeting (JpGU), no Japão, chama atenção para processos invisíveis que conectam a gestão da água no Brasil às mudanças climáticas globais. 

Mais do que um dado técnico, a descoberta reforça a importância de monitorar as águas subterrâneas não apenas para consumo humano, mas também para compreender seu papel no equilíbrio climático, como faz o projeto SACRE. “O metano ajuda a revelar processos invisíveis na água subterrânea”, diz Vinicius Rogel, pesquisador responsável pelo estudo. “Nos mostra que a gestão hídrica e o debate climático precisam caminhar juntos”. 

Embora não seja considerado poluente direto para consumo humano, o metano em altas concentrações pode representar riscos em ambientes confinados, como poços de monitoramento e estruturas subterrâneas. Ele funciona como um sinalizador de processos químicos que ocorrem no subsolo, relacionados ao carbono, ao nitrogêneo e à dinâmica entre rios e aquíferos, conforme explica Rogel, pesquisador de doutorado direto que atualmente representa o SACRE na Universidade de Hiroshima, no Japão.

Para a ciência, o estudo revela que mesmo áreas florestais preservadas, vistas como ‘intactas’, podem ser fontes naturais de baixa produção de metano. Essa constatação amplia o debate internaciconal sobre fontes de gases de efeito estufa, já que o metano tem impacto climático mais forte que o gás carbônico.

A pesquisa foi realizada no Horto Florestal de Bauru e apontou para concentrações de metano maiores durante o verão, acima de 40 mg/L, o que supera o limite segurança de 10 mg/L. As análises apontaram forte correlação entre o gás e fatores como carbono orgânico dissolvido, nitrogênio, temperatura e condutividade elétrica, sugerindo a importância da matéria orgânica florestal e das condições químicas do solo na geração de metano. A próxima etapa é entender quais processos predominam na produção do gás: a decomposição de resíduos florestais vinculados a processos de redução do dióxido de carbono e/ou decomposição do acetato ou características geológicas da região.


 
 
 

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